Queda do voo 204 da empresa Tans!
Peru, 24/08/2005, às 20:58 acontecia uma tragédia aérea que marcaria o País.
Um Boeing 737-200 da empresa Peruana Tans caiu na selva ao tentar fazer uma aterrissagem de emergência em plena tempestade, matando cerca de quarenta vítimas e deixando cinquenta e oito sobreviventes. Entre todos os passageiros havia um brasileiro chamado Wagner Andolifato de Souza.
O brasileiro Wagner Andolifato de Souza, de 25 nos, inicialmente identificado como peruano, foi atendido no Hospital Regional de Pucallpa com queimaduras nos braços e na cabeça, mas seu estado não é grave.
De acordo com a diretora do hospital, Esmeralda Gómez, Wagner de Souza foi transferido de avião para Lima.
A última vítima fatal do acidente foi o peruano Daniel Rojas, que sobreviveu à queda do avião mas morreu hoje no Hospital Regional de Pucallpa.
Os bombeiros resgataram 39 corpos, indicou o general Ariosto Obregon, chefe da polícia de Pucallpa, cidade da Amazônia peruana 840 km a leste de Lima.
O general acrescentou que foi difícil reconhecer os corpos porque vários deles estavam mutilados".
Segundo um comunicado divulgado nesta quarta-feira pela Tans, 18 estrangeiros - e não 16 como informado na véspera pela companhia - se encontravam a bordo: onze americanos, um australiano, quatro italianos, uma espanhola e uma colombiana.
Um italiano, uma espanhola e uma colombiana estão entre os mortos. Segundo a polícia, três italianos sobreviveram, assim como seis americanos de uma mesma família, os Vivas.
"Isto foi um milagre, toda a minha família está bem", declarou a americana Vilma Vivas, que viajava com seu marido, suas três filhas e um genro.
O avião partiu de Lima e se preparava para aterrissar em Pucallpa. Estava a poucos quilômetros do aeroporto quando ocorreu o acidente, segundo um responsável pela torre de controle.
O Boeing enfrentou uma tempestade e ventos contrários o desestabilizaram, contaram testemunhas. O piloto tentou uma aterrissagem de emergência, mas o aparelho caiu numa área pantanosa, segundo a imprensa peruana.
Uma testemunha citada pela rádio RPP de Lima afirmou que havia corpos num raio de 150 metros em torno do avião, inclusive de crianças e bebês.
Um dos sobreviventes, William Zea, que tinha queimaduras e feridas ensangüentadas numa das mãos, disse a uma rádio que "o avião apresentou defeitos e nós caímos".
A diretora do hospital de Pucallpa informou que 57 sobreviventes foram socorridos ou ainda estavam hospitalizados em diferentes hospitais da região. Os outros sobreviventes, dois peruanos de Pucallpa, não chegaram a ser hospitalizados e, por isso, não foram inicialmente contabilizados como sobreviventes.
A companhia pública Tans, especializada em vôos domésticos, principalmente em áreas inóspitas da Amazônia, registrou seis acidentes desde 1992 e 65 mortos. O último ocorreu em janeiro de 2003, segundo o site especializado em aviação Safety Network.
De acordo com o porta-voz da Tans, o avião estava pronto para aterrissar quando foi desestabilizado por "ventos contrários" e violentos. "O pouso de emergência pelo menos permitiu salvar alguns passageiros", sublinhou.
O acidente do Boeing 737-200 da Tans é a quinta catástrofe aérea do mundo desde o início de agosto. Os quatro primeiros acidentes deixaram 294 mortos e três desaparecidos.
Exatamente uma semana antes do acidente no Peru, um McDonnell Douglas da companhia colombiana West Caribbean caiu no noroeste da Venezuela, matando seus 160 ocupantes.
O acidente com o vôo 204 gerou uma grande polêmica sobre as condições de manutenção da empresa Tans, subordinada à Força Aérea Peruana, e sobre as deficiências gerais na segurança aérea do país.
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