TransBrasil, voo 801 o fogo que veio dos céus!
Sob o comando do copiloto, o 707 cargueiro da Transbrasil cai em Guarulhos momentos antes de pousar e deixa um saldo de 22 vítimas fatais.
Na manhã de segunda-feira, o piloto carioca Ronaldo Carvalho Oliveira, de 39 anos, acordou para a morte. BarSob o comando do copiloto, o 707 cargueiro da Transbrasil cai em Guarulhos momentos antes de pousar e deixa um saldo de 22 vítimas fatais.
Na manhã de segunda-feira, o piloto carioca Ronaldo Carvalho Oliveira, de 39 anos, acordou para a morte. Barbeou-se, vestiu-se, calçou-se. Era seu último dia: um dia cortado de nenhum pressentimento. Na hora do almoço ele abriu a porta de sua casa, na Ilha do Governador, no Rio de Janeiro, beijou a mulher e os três filhos - de 9, 13 e 15 anos de idade - e selou uma série de promessas. Na quinta-feira, véspera do feriado, eles viajariam para um sítio perto de Saquarema, na Região dos Lagos fluminense. No sábado, como em todos os sábados, o pai e os três garotos brincariam na Associação de Aeromodelismo. O domingo ficara reservado para o Grande Prêmio de Fórmula 1. Nenhuma das promessas de Ronaldo pôde ser concretizada. Ao se despedir da família, ele estava apenas dando o primeiro passo de uma caminhada rumo à morte sem aviso prévio.
Às 13 horas Ronaldo embarcou como passageiro comum para São Paulo, onde às 2 horas da madrugada de terça-feira seguiria para Manaus a bordo do Boeing 707, um avião cargueiro de prefixo PT-TCS, da Transbrasil. Com ele voaria o comandante Dorival Scanavach, 39 anos, um veterano piloto com cerca de 10.000 horas de voo e vinte anos de profissão.beou-se, vestiu-se, calçou-se. Era seu último dia: um dia cortado de nenhum pressentimento. Na hora do almoço ele abriu a porta de sua casa, na Ilha do Governador, no Rio de Janeiro, beijou a mulher e os três filhos - de 9, 13 e 15 anos de idade - e selou uma série de promessas. Na quinta-feira, véspera do feriado, eles viajariam para um sítio perto de Saquarema, na Região dos Lagos fluminense. No sábado, como em todos os sábados, o pai e os três garotos brincariam na Associação de Aeromodelismo. O domingo ficara reservado para o Grande Prêmio de Fórmula 1. Nenhuma das promessas de Ronaldo pôde ser concretizada. Ao se despedir da família, ele estava apenas dando o primeiro passo de uma caminhada rumo à morte sem aviso prévio.
Às 13 horas Ronaldo embarcou como passageiro comum para São Paulo, onde às 2 horas da madrugada de terça-feira seguiria para Manaus a bordo do Boeing 707, um avião cargueiro de prefixo PT-TCS, da Transbrasil. Com ele voaria o comandante Dorival Scanavach, 39 anos, um veterano piloto com cerca de 10.000 horas de voo e vinte anos de profissão.
Dia seguinte, terça-feira, 21 de março de 1989. O relógio indicava 8h28 da manhã em Manaus quando a dupla de pilotos, acompanhados do engenheiro de voo Giseldo Constantino, avisou à torre de controle que o 707 subiria aos céus levando as 26 toneladas de equipamentos eletrônicos. O Voo Transbrasil 801 era um voo de carga operado pela Transbrasil e que cobria a rota São Paulo – Manaus – São Paulo, com tripulação simples de dois pilotos e um engenheiro de voo.
No assento esquerdo, mãos firmes no manche, estava Ronaldo. Para ele, as três horas e meia de voo entre Manaus e São Paulo representavam pontos a mais em sua corrida para se tornar também um comandante de 707. Veterano piloto de aviões 727, ele estava sendo instruído para comandar também o 707. Em apenas quatro meses Ronaldo conseguira completar cinquenta horas de voo com o 707 - outras 100 horas e ele estaria apto para orientar um voo completo.
O Boeing 707 cargueiro, matrícula PT-TCS, aproximava-se do Aeroporto de Guarulhos retornando de Manaus. O tempo estava claro, com algumas camadas de nuvens a 3000 pés, o que não impedia que o aeroporto operasse em condições visuais.
Um NOTAM informava que as pistas 09R e 27L estariam interditadas a partir das 15:00 (UTC) para obras de limpeza e pintura.
Porém, momentos antes do início da aproximação, uma outra aeronave tivera problemas técnicos no trem de pouso e deixou impraticável a pista 09L.
Com a iminência de fechamento da 09R por força do NOTAM, o controlador de tráfego aéreo liberou a restrição de velocidade, comum para voos abaixo de 10.000 pés na TMA-SP à época.
Faltavam poucos minutos para que a referida pista fechasse e a tripulação passou a proceder com a motivação principal de chegar a tempo.
Seis minutos antes do limite da hora, o 707 passava o marcador externo a 400 pés acima da rampa ideal e com velocidade 90 nós além da prevista para aquela situação.
Dai para frente, uma sucessão de improvisações nos procedimentos de cabine tomou lugar do check-list, sob o olhar aflito do engenheiro de bordo e a complacência do comandante.
Instrutor e aluno adotavam seguidamente condutas descoordenadas e a cada movimento da dupla, a razão de descida da aeronave aumentava.
A despeito dos avisos de “Sink Rate” e “Pull Up”, nada foi feito para recolocar a aeronave no seu perfil ideal e dois minutos mais tarde ela afundava a uma razão de 4000 pés por minuto.
A 2.700 metros e onze segundos da pista do Aeroporto Internacional de GuarDia seguinte, terça-feira, 21 de março de 1989. O relógio indicava 8h28 da manhã em Manaus quando a dupla de pilotos, acompanhados do engenheiro de voo Giseldo Constantino, avisou à torre de controle que o 707 subiria aos céus levando as 26 toneladas de equipamentos eletrônicos. O Voo Transbrasil 801 era um voo de carga operado pela Transbrasil e que cobria a rota São Paulo – Manaus – São Paulo, com tripulação simples de dois pilotos e um engenheiro de voo.
No assento esquerdo, mãos firmes no manche, estava Ronaldo. Para ele, as três horas e meia de voo entre Manaus e São Paulo representavam pontos a mais em sua corrida para se tornar também um comandante de 707. Veterano piloto de aviões 727, ele estava sendo instruído para comandar também o 707. Em apenas quatro meses Ronaldo conseguira completar cinquenta horas de voo com o 707 - outras 100 horas e ele estaria apto para orientar um voo completo.
O Boeing 707 cargueiro, matrícula PT-TCS, aproximava-se do Aeroporto de Guarulhos retornando de Manaus. O tempo estava claro, com algumas camadas de nuvens a 3000 pés, o que não impedia que o aeroporto operasse em condições visuais.
Um NOTAM informava que as pistas 09R e 27L estariam interditadas a partir das 15:00 (UTC) para obras de limpeza e pintura.
Porém, momentos antes do início da aproximação, uma outra aeronave tivera problemas técnicos no trem de pouso e deixou impraticável a pista 09L.
Com a iminência de fechamento da 09R por força do NOTAM, o controlador de tráfego aéreo liberou a restrição de velocidade, comum para voos abaixo de 10.000 pés na TMA-SP à época.
Faltavam poucos minutos para que a referida pista fechasse e a tripulação passou a proceder com a motivação principal de chegar a tempo.
Seis minutos antes do limite da hora, o 707 passava o marcador externo a 400 pés acima da rampa ideal e com velocidade 90 nós além da prevista para aquela situação.
Dai para frente, uma sucessão de improvisações nos procedimentos de cabine tomou lugar do check-list, sob o olhar aflito do engenheiro de bordo e a complacência do comandante.
Instrutor e aluno adotavam seguidamente condutas descoordenadas e a cada movimento da dupla, a razão de descida da aeronave aumentava.
A despeito dos avisos de “Sink Rate” e “Pull Up”, nada foi feito para recolocar a aeronave no seu perfil ideal e dois minutos mais tarde ela afundava a uma razão de 4000 pés por minuto.
A 2.700 metros e onze segundos da pista do Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo, às 11h54, um grito do engenheiro de voo sinalizou a aproximação de Ronaldo com a morte anunciada.
"O avião está muito baixo, vai bater", gritou Giseido Constantino. Um palavrão antecedeu a uma intensa gritaria, o zumbido forte de um alarme e o silêncio total.
O Boeing colidiu com o solo três minutos antes do fechamento da pista, batendo nas casas e explodindo nas imediações da Avenida Otávio Braga de Mesquita, arrastando-se na área de um terreno ocupado por favelas do Jardim Ipanema, Vila Barros, em Guarulhos. Antes que uma segunda explosão, cinco minutos depois, consumisse o 707, uma equipe de voluntários da Brigada de Incêndio ainda teve tempo de se aproximar do Boeing caído. Dentro da cabine Ronaldo se debatia, esmurrava o vidro tentando escapar pelo para-brisa. Não houve tempo. Além de Ronaldo, do comandante Scanavach e do engenheiro de voo, outras dezenove pessoas morreram. Mais de cem ficaram feridas.
No momento da queda, a aeronave contava com aproximadamente quinze mil litros de combustível e incendiou-se imediatamente.ulhos, em São Paulo, às 11h54, um grito do engenheiro de voo sinalizou a aproximação de Ronaldo com a morte anunciada.
"O avião está muito baixo, vai bater", gritou Giseido Constantino. Um palavrão antecedeu a uma intensa gritaria, o zumbido forte de um alarme e o silêncio total.
O Boeing colidiu com o solo três minutos antes do fechamento da pista, batendo nas casas e explodindo nas imediações da Avenida Otávio Braga de Mesquita, arrastando-se na área de um terreno ocupado por favelas do Jardim Ipanema, Vila Barros, em Guarulhos. Antes que uma segunda explosão, cinco minutos depois, consumisse o 707, uma equipe de voluntários da Brigada de Incêndio ainda teve tempo de se aproximar do Boeing caído. Dentro da cabine Ronaldo se debatia, esmurrava o vidro tentando escapar pelo para-brisa. Não houve tempo. Além de Ronaldo, do comandante Scanavach e do engenheiro de voo, outras dezenove pessoas morreram. Mais de cem ficaram feridas.
No momento da queda, a aeronave contava com aproximadamente quinze mil litros de combustível e incendiou-se imediatamente.