Em 4 de Novembro de 1933, nascia a VASP – VIAÇÃO AÉREA SÃO PAULO, 72 empresários (entre eles um sobrinho do Santos Dumont) criavam uma empresa com 2 bimotores ingleses MONOSPAR. Eram 144 mãos dadas para impulsionar uma empresa aérea. Os aviões efetuaram ao dia 12 de Novembro os primeiros vôos nas rotas São Paulo – Rio Preto e São Paulo – Ribeirão Preto – Uberaba.
Logo a demanda se mostrou atraente e a empresa partiu para o De Havilland Dragon Rapide. A empresa operava em Campo de Marte, porém um fato curioso acontecia: enchentes, faziam a companhia simplesmente ficar sem voar e assim um terreno de teste de canhões do exercito foi adquirido para a construção do CAMPO DA VASP.
Nesta época o Governo do Estado de São Paulo adquiriu 91,6% da VASP. Bem, depois disso a VASP se mudou imediatamente para o referido CAMPO DA VASP, cujo acesso se dava por uma fazenda, e o dono nomeou o caminho como Auto-Estrada Washington Luis e passou a cobrar pedágio para quem quisesse ir ver os aviões no CAMPO DA VASP. Hoje o CAMPO DA VASP é nada mais nada menos que o Aeroporto de Congonhas.
Para sustentar seu crescimento a VASP optou pelos trimotores JUNKERS JU52/3m de fabricação alemã durante 1936 até o fim da segunda-guerra. Estes aviões tiveram o pioneirismos de criar a rota mais disputada do país, que é Congonhas/SP – Santos Dumont/RJ.
Como a maioria das empresas, após a segunda guerra a VASP adotou o DC3 como aeronave padrão, incorporando nos anos 50 os SAAB SCANDIA, a qual acabou sendo a operadora de todos aviões construídos.
Voou também o VICKERS VISCOUNT e o NAMC YS11, ao qual deu o nome de Samurai. As demais empresas avançavam em equipamentos e em pleno final dos anos 60 a VASP não possuia jatos em sua frota. Trouxe temporariamente um par de BAC ONE ELEVEN e iria adquirir 4 Boeing 727-200, mas análises de performance fizeram a empresa mudar de idéia e mudar seu destino.
Em Julho de 1969 recebeu 4 Boeing 737-200 matriculados PP-SMA, PP-SMB, PP-SMC, PP-SMD. Foi o maior operador de 737 da America Latina ao final dos anos 70, e em 1977 recebeu os Boeing 727 Super 200. Em 1982 recebeu seu primeiro widebody que foi o Airbus A300. Em 1983 a VASP completou 50 anos, operando uma rede nacional respeitável e vôos charters para Aruba, Orlando e Bariloche. Até então ela era a pioneira no uso de 737-200 e 727-200 no país. Em 1986 foi pioneira mais uma vez ao ser a primeira usuária de Boeing 737-300 do Brasil, porém a VASP era um fardo para o Governo Paulista e assim iniciou um programa de privatização, onde entrou em cena o grupo VOE/CANHEDO, formado por funcionários e o empresário de transportes urbanos em Brasilia Wagner Canhedo.
A VASP então cresceu de forma agressiva e espantosa, trouxe 3 DC10-30 e iniciou vôos para América, Europa, Ásia, adquiriu empresas ao redor do Brasil como o Lloyd Aéreo Boliviano, Ecuatoriana e TAN, operou 9 MD-11, expandiu a frota de 737-300 e 737-400 e não sustentou o crescimento. Em 1992 metade da sua frota foi retomada pelos arrendadores.
Lembram do fato de 1969 acima? Pois bem a VASP se manteve no ar graças aos seus primeiros 737-200, não apenas o SMA, SMB, SMC, mas o SMF, SMG, SMH, SMP, SMQ, SMS, SMT, SMU, SMZ, SNA, SNB entre outros que voaram a vida inteira na companhia paulista. Em 2000 devolveu os MD11 e se concentrou no mercado doméstico com uma malha de alta capilaridade de conexões no Nordeste Brasileiro.
No entanto em Setembro de 2004, sua frota que já não contava com os A300, parados por manutenção, teve um golpe: 8 aviões (SMA, SMB, SMC, SMP, SMQ, SMR, SMS, SMT) tiveram suas licenças de vôo caçadas pelo DAC por falta de cumprimento de modificações obrigatórias (AD – Airworthiness Directives) estabelecidas pelo fabricante. As aeronaves foram encostadas e serviram de estoque para a combalida frota que restou voando. A VASP se arrastou até 27 de Janeiro de 2005, quando o Boeing 737-300 PP-SFN ao pousar em Guarulhos completando o vôo 4265 Fortaleza – Recife – Maceió – Salvador – Guarulhos, encerrou a história de vôos da VASP.
A companhia ainda tentou se reinventar como MRO, como charteira, não deu certo e toda uma estrutura magnífica que a companhia possuía foi sucateada, até que em 17 de Julho de 2008 a companhia teve sua falência decretada. Em Agosto de 2011 o governo iniciou o retalhamento dos aviões abandonados ao redor do país.
A companhia utilizou as seguintes aeronaves no seu auge:
Airbus A300 (1982-2005 / 240 passageiros)
Boeing 727-200 (1977-1989 / 152 passageiros)
Boeing 737-200 (1969-2005 / 109 passageiros)
Boeing 737-300 (1986-2005 / 132 passageiros)
Boeing 737-400 (1991-1992 / 158 passageiros)
Douglas DC10-30 (1991-1997 / 242 passageiros)
Douglas MD11 (1992-2000 / 345 passageiros)
O fim da VASP decretou o fim de uma grande empresa aérea nacional, uma empresa pioneira em diversos ângulos, uma verdadeira escola que proporcionou ao mercado profissionais de alta qualidade. Em próxima oportunidade falaremos de outras grandes companhias que desapareceram com o tempo como a PANAIR, VARIG, CRUZEIRO.
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